Deixamos o vale do Sidron em direcção à parte nova de Jerusalém, onde hoje funciona praticamente toda a actividade politica e administrativa da capital de Israel. Com a chegada de muitos judeus, idos sobretudo da Europa, a Cidade Velha de Jerusalém começou a tornar-se pequena para acolher mais residentes, daí, graças à colaboração do filantropo Sir Moses Montfiore, em meados de séc.. XIX surge o primeiro subúrbio judaico fora das muralhas conhecido por Yemin Moshé.
Num restaurante do grupo Ramat Rachel, vizinho do ateliier de lapidação e venda de diamantes de Jerusalém, almoçamos ricamente. E como estávamos perto de coisas ricas no fim do almoço para lá nos dirigimos, pois também sabemos apreciar o que tem valor. Valha-nos isso....
Parque muito bem ajardinado do restaurante
Sala de exposição e venda de jóias, no atelier de lapidação de diamantes.
Após a visita ao compplexo de lapidação de diamantes, saímos sem pensar mais no proibitivo... e seguimos com destino ao sopé do Monte Herzl. E ali, sim, dá que pensar!
.....Aqui o que se nos oferece ver e meditar é horroroso, só de pensar que a causa se deve à maldade de um ser humano, e decorrido que foi passado quase dois mil anos após Jesus ter vindo anunciar ao mundo que somos todos irmãos. O Yad Vashem guarda o memorial oficial de Israel que lembra os 6 milhões de Judeus que morreram no Holocausto, da década de 40 do século XX. A origem do termo surge de um versículo biblico: " E a eles darei a minha casa e dentro dos meus muros um memoriial e um nome( Yad Vashem) que não será arrancado".
O Yad Vashem é um complexo com cerca de 18 hectares, dispondo de museu da história do Holocausto, memoriais como o das Crianças e sala da Memória; o museu de arte do Holocausto, esculturas, lugares comprovativos ao ar livres, como vale das Comunidades, a sinagoga, arquivos, um instituto de pesquisa, biblioteca, uma editora e um centro educacional, a Internacional School for Holocust Studes (Escola Internacional para o Estudo do Holocausto).
Uma avenida com arvores plantadas em homenagem aos não-judeus que ajudaram judeus a escapar dos nazis durante o período do Holocausto, chamados "Justos das Nações do Mundo" é consolador percorrer já que no percurso deixa transparecer o lado bom que existe nas pessoas quando despertadas para fazerm o bem, e contrariar o mal.
Aqui o destaque vai para a polaca Irena Sendler que salvou centenas de crianças judaicas do Holocausto
Entrada no Memorial das Crianças, onde por uma passadeira em ambiente soturno e triste como a noite uma voz vai evocando o nome das crianças vítimas do ódio nazi.
Na Av. dos Justos das Nações, junto a um pinheiro o nome de Portugal, representado por Aristides de Sousa Mendes, diplomata português que salvou a vida a muitos judeus sujeito como tantos outros justos conhecidos e anónimos às consequências de então.
O tronco do pinheiro e junto a respectiva placa com o nome do "Justo" Sousa Mendes.
Outro notável "justo", o Dr. Janusz Korczak, que corajosamente tentou salvar a vida de muitas crianças na qualidade de educador que era, ali tem tem a sua efígie à entrada do Memorial das Crianças, a recordar a heróica atitude desse educador polaco.
A jornada desse dia, 19 de Fevereiro, que começou em Ein Karem e terminou precisamente às 15h00 em Portugal, e 17h00 em Israel, com a visita ao grande Menorah de bronze, oferta do Parlamento Britânico, em 1956, ao então jovem Parlamento de Israel. A escultura é de Benno Elkan e está colocada frente ao edifício do Parlamento. A escultura que representa vinte e nove cenas vividas da vida judaica, antiga e moderna, mostra: Moisés, cujos braços estendidos asseguram a presença de Deus junto do povo, durante a batalha;o jovem rei David segurando a cabeça do gigante filisteu Golias; e o Holocausto da II Guerra Mundial que precedeu o Estado de Israel. Contem uma inscrição com as seguintes palavras:" A Menorah é o simbolo da luz da fé e da esperança, que conduziu o povo judaico durante quatro mil anos".